domingo, 12 de julho de 2009

Capítulo 28 - Indo para Veneza


Fala Rapaziaaaada!!!

Muito bom estar de volta ao Brasil!!! \o/\o/ Isso mesmo, já estou por aqui. Ainda não cheguei na minha terrinha, estou com a minha família em BH, mas já está valendo =D.

Vou continuar a estória de onde parei, lá vai:


Veneza

Veneza é uma cidade bastante especial, e essa fama toda que ela tem não é em vão, absolutamente. Dá pra sentir na pele sua atmosfera única, romântica e histórica.

Além dos canais, que a corta como um sistema nervoso gigantesco, e da Piazza San Marco (praça famosa), a cidade em si esconde muitas coisas, desde lojas caríssimas a locações de filmes de 007, de becos estreitos à um mundo de turistas boquiabertos. Aliás, os becos são atração a parte. Da mesma forma que desvendam partes incríveis, fazem você ficar totalmente perdido (eu me perdi inúmeras vezes – impossível não se perder naquele labirinto).


Pra quem não sabe, Veneza já foi a maior potência naval da Europa e era de onde Marco Pólo saía pra desbravar por outros mares. Á bastante tempo atrás, as casas começaram a afundar devido à má fundação e condições do solo (conseqüência do avanço do mar na cidade) e parecia que a cidade estava condenada ao abandono e esquecimento. Contudo, eis que um dos Maledeto Bigodeto da época chegou com uma solução original para o problema, preencher todo o solo abaixo das edificações com troncos de árvores, melhorando a fundação e até reavendo as condições de expansão urbana. E é por esse motivo que a cidade tem muito de sua parte sobre palafitas.

Veneza é também a única cidade que eu conheço que não possui carros. Não se pode entrar na cidade com eles e toda a malha de transporte pública é feita por gôndulas (que custam pelo menos 80 € - facada da da...), lanchas e os vaporetos, que são as embarcações que percorrem o maior canal da cidade, que tem a forma de “S”.



Ao contrário da peculiaridade gigantesca, a cidade não foi das que mais deram estórias pra contar. Na verdade eu comecei o dia decidido a ir pra Áustria, mas acabei tendo que fazer esse sacrifício (kekekek :P) pelas razões que vos contarei agora.



Dia 22-10 -> Vennezia



Passei a noite planejando com o Fede (o meu host em Torino – já que eu imagino que ninguém lembre mais kekekek) como fazer pra chegar na Suíça, e eis que ele me mostrou o mundo do EuroRail ticket. Pra quem não sabe, esse ticket é uma passagem especial de trem que te dá algumas vantagens, e uma das opções que existem no site dele é de um tipo chamado GLOBAL EuroRail, válido pra diversos países (eu usei isso no meu último mochilão). Bom, fiz vários planos que mudariam a viagem totalmente. Eis o plano decidido naquela noite:


  • Ir pra Milão e comprar o EuroRail ticket lá
  • Ir direto pra Insbruck ( Áustria )
  • Depois tomar rumo em direção ao oeste, cruzando toda a Suíça de leste pra oeste
  • Chegar em Berna (onde tinha host agendado) no dia 23 de manhã.

Mas como Murphy é teimoso, certamente eu não poderia ter tantas esperanças...

Parti logo cedo da casa do Fede em direção à estação de metrô pra de lá ir pra ferroviária. Putz, quem disse que eu consegui achar o metrô? Kekekekeke. O metrô ficava bem distante da casa dele e segundo às informações que ele me deu, eu deveria andar em torno de 30 minutos atravessando o bairro todo. O ruim é que eram 4:30 da manhã, não tinha uma única alma viva pra me ajudar e as ruas estavam tomadas por uma cerração medonha (eu praticamente estava no clipe to thriller). Depois de ficar preocupado, consegui ajuda e finalmente cheguei lá. Rééé, isso aí, agora é só entender a mulher dentro do vagão do metrô falando em italiano o nome da estação... tô lascado né? Não!! Com italiano foi muuuito tranqüilo =D, principalmente comparado a grego ou búlgaro ¬¬.



Enfim, consegui sair na estação certa, peguei o trem e cheguei em Milão ainda bem cedo. A estação de Milão parece rodoviária do interior do Brasil, é uma bagunça só. A única diferença é que é cheio de pessoas carregando esquis na mochila :P (eu estava bastante próximo dos alpes suíços).


Lá estava eu na fila pra comprar o bilhete especial e graças a deus ela estava andando bastante rápido. Foi indo, indo e chegou a vez do cara na minha frente. Não sei o que danado ele foi falar com a atendente mas deu a maior confusão. Primeiro a atendente perguntou alguma coisa a outro atendente, e esse respondeu rispidamente a ela (a propósito, italiano é mais grosso que Vaca Atolada - só deus sabe se vocês conhecem esse prato). Não contente, a atendente respondeu a esse cara meio sarcasticamente (ai aaaai) e daí começou a bagunça. Apareceram mais atendentes e entraram no meio da confusão, os gerentes apareceram e começaram a gritar com todo mundo, uma mulher atrás do biombo começou a chorar e não havia mais ninguém atendendo. E o pior, toda essa confusão (apesar de ter sido levada pra trás do biombo que separava os atendentes da parte de gerência), foi ao redor de um microfone que dava pra caixas de som no terminal. Kwekwkewkekwekwekw. Tem lógica isso? Todo mundo lá nas filas escutando a discussão. E num era discussãozinha de buteco não, tava mais pra briga de estádio. A gritalhada e esculhambação rolando do lado de dentro e do lado de fora todo mundo espantado e com vergonha alheia, e bote vergonha alheia nisso #D.


Após uns 6 minutos, a poeira baixou e alguns atendentes retornaram a seus postos. Adivinha quem voltou pra me atender?

a) Gattuso

b) Usrinho Pooh

c) O fantasma do Michael Jackson

d) A atendente chorona



Pois é, a atendente chorona veio, não conseguiu falar nada comigo e por causa da confusão toda, me disseram que brasileiros não podiam comprar o EuroRail ticket. >/

Putz, todo o planejamento foi por água abaixo =(.

E por esse motivo eu comprei a passagem pra Veneza mesmo e adiei a visita à Áustria. :/

Mas até que foi bom, passei o dia todo numa das cidades mais interessantes que eu já visitei na vida. \o/

No caminho entre Milão e Veneza, eu conheci....


To be continued.



domingo, 31 de maio de 2009

Capítulo 27 - Blog que é ruim, não quebra

Fala moçada!!


Embora pouca gente veja/comente sobre os vídeos, eu gosto de editá-los e colocá-los aqui, porque é muito mais fácil mostrá-los do que explicar as estórias.

O vídeo abaixo é sobre a viagem que eu fiz para a mais escocesa das cidades, Stirling.




E esse é sobre a viagem ao parque ecológico:




E vamos logo para o que interessa...



Amanhã, dia 2 eu começo mais um mochilão, o último em terras européias, e como é pra fechar com chave de ouro eu vou passar em uns 5 mil países. Confira comigo no replay:

Albânia, Alemanha, Áustria, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Grécia, Hungria, Macedônia, Montenegro, Polônia, Rep. Checa e Romênia.


Próxima vez que eu postar, já vai ser direto da minha querida terrinha.


Um abraço,


Valeu!!


terça-feira, 5 de maio de 2009

Capítulo 26 - Fim??

Como eu estou preso nessa bosta de Reino Unido sem poder viajar >(, eu não vou mais escrever sobre a viagem anterior não.

Mas leiam a lista abaixo que é boa...

1- GUIA PRÁTICO DA CIÊNCIA MODERNA:

* 1. Se mexer, pertence à Biologia.
* 2. Se feder, pertence à Química.
* 3. Se não funciona, pertence à Física.
* 4. Se ninguém entende, é Matemática.
* 5. Se não faz sentido, é Economia ou Psicologia.
* 6. Se mexer, feder, não funcionar, ninguém entender e não fizer sentido, é INFORMÁTICA.

2- LEI DA PROCURA INDIRETA:

* 1. O modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurar outra.
* 2. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.

3- LEI DA TELEFONIA:

* 1. Quando te ligam: se você tem caneta, não tem papel. Se tiver papel, não tem caneta. Se tiver ambos, ninguém liga.
* 2. Quando você liga para números errados de telefone, eles nunca estão ocupados.
* Parágrafo único: Todo corpo mergulhado numa banheira ou debaixo do chuveiro faz tocar o telefone.

4- LEI DAS UNIDADES DE MEDIDA:

* Se estiver escrito ‘Tamanho Único’, é porque não serve em ninguém, muito menos em você…

5- LEI DA GRAVIDADE:

* Se você consegue manter a cabeça enquanto à sua volta todos estão perdendo, provavelmente você não está entendendo a gravidade da situação.

6- LEI DOS CURSOS, PROVAS E AFINS:

* 80% da prova final será baseada na única aula a que você não compareceu, baseada no único livro que você não leu.

7- LEI DA QUEDA LIVRE:

* 1. Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda, provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente.
* 2. A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.

8- LEI DAS FILAS E DOS ENGARRAFAMENTOS:

* A fila do lado sempre anda mais rápido.
* Parágrafo único: Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.

9- LEI DA RELATIVIDADE DOCUMENTADA:

* Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.

10- LEI DO ESPARADRAPO:

* Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda e o que não sai.

11- LEI DA VIDA:

* 1. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
* 2. Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral, engorda ou engravida.




domingo, 12 de abril de 2009

Capítulo 25 - Trapalhadas em Torino (4-4)

Namaste!!!


Feliz Páscoa pra todo mundo!!


Foi mal ter "abandonado" o blog nessas últimas semanas, mas é que dá bem mais trabalho escrever aqui do que parece, é só ver o número de pessoas que começam a escrever um blog e o abandonam. Pois é, dá trabalho camarada.

Eu vou continuar com o mochilão (já que é a parte mais esperada), mas antes eu vou citar algumas coisas que aconteceram nessas últimas semanas só pra servir de esquente:

  • Viagem à Stirling (visitando o berço do orgulho escocês)
  • Viagem pra Reserva Florestal (4 quedas em solos diferente - marca impressionante)
  • Entrevista no British Council (completamente ensopado, enlamaçado e engramado)
  • Compra das passagens pros próximos dois mochilões (oeeee \o/)
Só pra me servir de recordação quando eu estiver relendo todos os posts no futuro. :)

Nos próximos posts eu entro em detalhes sobre algum desses tópicos.
E antes de seguir pro que interessa, eu decidi escrever mais sobre como foi a viagem em si, sem me preocupar só com as estórias, até porque tem gente que procura esse tipo de blog pra ter informações sobre as cidades, gastronomia, onde ir, onde não ir, etc.

Ha, eu prometo que eu vou criar vergonha na cara e editar os vídeos do mochilão logo, enquanto isso, fiquem com o vídeo da partida de rugby:




Chega de papo, vamos lá...





Na mesma noite que aconteceu a briga entre gangues de mudos, eu estava andando pela cidade sozinho, como vocês já sabem (pelo menos quem leu os posts anteriores). E as duas estórias a seguir são a respeito dessa mesma noite (ela foi bem agitada, não?).



Dia 22-10 -> Focaccia


Antes de contar a última estória sobre minha passagem sobre Turim (essa aí embaixo), eu tinho que falar que minhas experiências gastronômicas na Itália não foram um fracasso total. Réééé :P

Lá estava eu andando pelas ruas milenares de Torino (ou Turim, mas em italiano soa mais massa)
, carregando os apetrechos de guerra de todo viajante, bem interessado na ornamentação diferente de natal. Aliás, essa ornamentação que eu estava observando foi posta por toda a extensão de uma rua entre duas galerias. Eram várias faixas luminosas, contendo uma frase cada uma, e juntas formavam uma história lá (você não esperava que eu tivesse entendido alguma coisa né?).
Pois bem, seguindo com meu passeio noturno, logo deu a hora de comer. Se achar uma pizzaria de tarde no centro já tinha sido tarefa difícil, agora de noite (já era umas 22h) seria impossível. Comecei a procurar e, pra minha surpresa, logo na segunda rua estreita eu já achei. Era uma mistura de restaurante com lanchonete, bem simples, mas a opção foi providencial. Além do mais, o cheiro que saía do forno a lenha (que ficava a amostra pros clientes) deixava o estômago em estado de nirvana.

-(ligar MEU sutaque italiano - algo como o do william bonner :P) Parla inglese?
-Yes, i do.

Nossa, acho que foi o primeiro italiano que me deu uma resposta afirmativa pra pergunta acima. A propósito, essa foi a frase que eu mais usei na Itália, mas foi pura perda de tempo kekekek.

-O que é isso?
-Focaccia. Quer de qual?

O cara tinha vários tipos, cada um mais cheiroso que o outro. Como eu nunca tinha comido, preferi pegar o com mais chances de sucesso, o de 4 queijos.

Cara, sabe quando você está com muita fome e está vendo sua comida preferida ser trazida do fogão e colocada à mesa, bem na sua frente? Sabe aquele sensação de estar a apenas uns segundos do paraíso? Pois é, foi mais ou menos assim quando eu dei a primeira mordida. O negócio num é pouco bom não véi!!!!!! Eu comi uns 3 ou 4 kekekekekekeke. Taí, se vocês forem em alguma casa de massas, peçam Focaccia e vocês não vão se arrepender (e eu espero que o nível seja o mesmo do que eu comi pra eu não passar por mentiroso).


Espero ter a chance de experimentar mais alguma iguaria italiana antes de voltar... quem sabe :)...




Dia 22-10 -> Scusami


Aleluuuuuuuuuuia, vou terminar a parte de Torino, num aguentava mais...

Depois de me empanturrar de Focaccias e andar mais um bucado pelas ruas escuras da cidade (aliás, tem muita coisa massa na cidade. Pra quem não sabe, ela foi a primeira capital da Itália unificada, daí ela foi palco de muita coisa) eu decidi esperar pelo Fede mesmo.

Depois que eu voltei pra praça, e que a briga de gangues aconteceu, eu decidi procurar um lugar com mais gente e onde eu pudesse fugir do frio. E lá estava a salvação da lavoura, um bar bem na esquina. Perfeito, vai dar até pra ver quando o Fede chegar. Não contei conversa, fui logo entrando.

Putz, essa hora pareceu cena de filme de velho oeste, eu abri a porta bem na hora que a música que estava tocando parou, todo mundo virou pra mim na mesma hora kwekwekwkewkekw.
Não dá pra deixar de pensar que você acabou de fazer alguma merda bem grande nessas horas... mas por sorte foi só uma coincidência infortunada.

(Clique para ampliar - Foto meramente ilustrativa)

Tratei de entrar logo numa parte com menos gente pra ver se as atenções voltavam o mais rápido possível pra "atração" anterior a mim.
Passado meus 15 segundos de fama, eu percebi que estava passando um jogo na TV e acabei me distraindo com ele.

Abrindo um parêntese aqui, foi nesse bar que tinha a pia abaixo:


Putz, eu juro que passei um tempão pra achar onde ligava ela. A bacia é gigante, e quando você tá próxima a ela, não dá pra ver o desgraçado do pedal. Mas depois dos esclarecimentos de Dra. Paula, até que faz sentido usar esse tipo de acionador.

Abrindo um segundo parêntese, é muito mais massa ver as fotos dos álbuns no orkut depois de saber das estórias que elas contam, né?

Voltando...

Lá estava eu sentado vendo o jogo e o tempo passando. Daqui a um tempo, chega a garçonete falando comigo. "Lá vai eu ter que fazer mímica pra ser entendido, quer ver... Opa, dessa vez achei alguém que fala inglês". A atendente veio me dizer que eu tinha que pedir algo pra poder continuar usando a mesa do bar. "Claaaaro, como eu poderia me esquecer desse detalhe?"

-Beleza, pode me trazer o cardápio?
Daqui a pouco vem ela com o atirador de facas.
Rapaz, pra onde eu olhava no menu era facada. A coisa mais barata que eu achei foi a água, e eu lembro que eram 3 euros. 3EUROS por uma garrafinha de água?? Eu lembro que em Campina o cara paga menos que isso por um galão de 20L kekekekeke. Sem condições né?

Depois de enrolar o máximo possível, eu fui literalmente EXPULSO do bar. A mulher me convidou gentilmente a me retirar do bar.


Tá certo que eu devia ter consumido alguma coisa, mas o engraçado da estória é saber que eu fui expulso de um BAR. De um BAAARRR!!!!
Local que eu nunca frequento kekekekekekeke. Que tosco cara... Será que muita gente aí já foi expulsa de bar sem sequer ter bebido ou criado confusão?? É uma senhor desafio esse...

Depois vocês comentam.


To be continued...

No próximo post, a viagem de trem pra (lugar sutaque do Mario) Venezia!!!!



Ciao!!!

domingo, 22 de março de 2009

Capítulo 24 - Trapalhadas em Torino (3-4)



Valendoooooooo!!!


Hoje aqui em Glasgow a temperatura chegou a 12ºC. Foi um negócio tão bom pra eles que no gramado atrás do meu prádio eu consegui contar 12 grupos (de umas 5 pessoas cada) fazendo churrasco e/ou jogando bola/rugby.
Agora, como é que a pessoa faz churrasco a 12ºC?? kekekekekeke.



Antes que o povo me chingue, eu vou logo continuar a estória do post passado. Lá vaaaai!!!



Dia 22-10 -> Multo Muto !!! Eco!! (Cont.)


E lá estava eu, no caminho do marginal, no ápice de sua velocidade quando, um segundo cara de preto passou tirando tinta da minha camisa, e indo em direção ao primeiro cara. Este outro cara segurou o primeiro da mesma forma que aqueles caras, nas olimpiadas matutas, seguram o porco no lamaçal, ou seja, do jeito que dava. Eu saí do meio daquela confusão e olhei pra trás pra ver de onde o outro cara tinha saído. E o que eu vi?? Hein hein hein??? Um outro grupo de preto.

“Prooonto, agora eu vou estar no meio de uma briga entre gangues italianas, era só o que me faltava”.



Tinha um outro cara no segundo grupo que também estava sendo segurado pelos amigos.
Enquanto eram segurados, os dois discutiam muito, nada mais italiano que isso né?

“Eiii, mas peraí.... tem alguma coisa errada....'


Os dois soltando as maiores grosserias com o outro mas não se escutava nada... Han???


PUUUUUTZ, daí foi que eu percebi que todo mundo ali era mudo!!!! awlukehaklwuehakwuh

Caraaaaaaaaaamba, eu nuuuuunca ia pensar que veria isso na minha vida. Discussão de punks italianos MUDOS.

E o pior de tudo é que, mesmo sem som, os caras sabem como chingar viu? Caraaamba, cada gesto que botava medo em qualquer um, e eu to falando sério kekekekeke.


Rapidamente os dois grupos saíram e eu pude esperar o FEDE em paz.


Será que eles ensinam uns chingamentos nas escolas pra mudo?? Será que os chingamentos tb são símbolos universais? Quem souber a resposta, por favor, manda aí pelos comentários.



Dia 21-10 -> Paixão Mundial.


Falar em paixão na Itália é redundância. O povo é naturalmente conhecido por isso (e também pela extrema falta de organização e barulho kekekeke), mas dessa vez, um deles me surpreendeu. No dia 21, depois do triste episódio da pizza, nós fomos conhecer outros pontos da cidade, incluindo às galerias próximas ao rio Po (não confundir com as galerias dessa estória aí de cima). Estamos andando por essas galerias (eu, o Fede e a Elena) e por todo o percurso existem pequenas vitrines encostadas nos pilares opostos às lojas.

Mesmo andando sem prestar muita atenção nas vitrines, uma delas me chamou bastante atenção.


Um símbolo do Grêmio?? Aqui?? O que danado será isso?


a) Algum gremista perdeu no poker para o dono da loja e pagou em coisas de seu time.

b) O dono da loja comprou coisas do Campinense e do Grêmio pra vender e só as do gremio ainda n acharam comprador.

c) Era apenas um símbolo de um time bem parecido com o do Grêmio.

d) Haaaaaa!! Socooorro, um símbolo do Grêêêêêêmio!!!


Eu mostrei pro Fede (que por sinal, nao entende naaaada de futebol. Eu acho que se ele for pro estádio é capaz dele perguntar quem é a bola) e ele não esboçou lá muita comoção pelo símbolo =(. Mas obviamente eu fiquei encucado...


No outro dia, estávamos andando por outra parte da cidade e quando escureceu, fomos pegar o ônibus pra ir pra casa. Saímos da avenida principal e começamos a andar na ruas menores, onde não havia quase nenhum movimento. E foi passando por uma dessas ruas que eu vi de novo!!! “Ma Eeeeco!!” De novo uma vitrine com o simbolo de Grêmio!!! Mas dessa vez era uma vitrine de verdade.

“Eita poooo, é a loja que tem os símbolos do Grêmio! Ha não, eu tenho que saber porque danado o cara vende isso.”


Entrei na loja como se procurasse alguma pista do motivo, mas não avistei nada de prima. A loja vendia uns cacarecos normais lá, então o jeito foi falar com o dono mesmo.

-Oi, tudo bem? Eu tava andando e ...
-Perdona?
“Ai ai aaaai, nenhum italiano fala ingles... ¬¬


(Dessa vez com a ajuda do Fede...)

-Opa, eu tava andando pela praça e vi esse símbolo do Grêmio. Fiquei bem curioso e, por coincidência, achei a loja do senhor agora. Daí resolvi perguntar POR QUEEEEE?.

-(ligar sutaque italiano) Haaa, o Grêmio é a minha vida!!! Tudo que eu faço da minha loja tem que ter alguma coisa do Grêmio no meio. E os símbolos que você viu não estao pra vender não, são só pra embelezar as vitrines.

-kekekekeke, mas por que o Grêmio?? Acho que o senhor é o primeiro estrangeiro que eu vejo que torce por um time brasileiro.

-Num sei, mas o Grêmio tem torcedor no mundo todo. O Grêmio é um time MUNDIAL!!! Não são só brasileiros não!!


kekekekekeke, esse cara era uma onda. Ele se empolgou tanto quando eu comecei a falar do time dele que ele deixou uma mulher lá atendendo os clientes e foi me mostrar as coisas que ele tinha. Me mostrou camisas, bichinhos, mascotes, tênis, posters e até a conta do orkut, onde tem fotos da casa dele com tudo do Grêmio kekekekeke. Tiramos essa foto aí embaixo




e saímos pra esperar o ônibus. Daqui a 2 minutos lá vem ele de novo (bem que eu disse que o sujeito se empolgou ao falar de futebol).


Mais conversa vai, mais conversa vem, e ele disse que vai ao Brasil todo ano passar 6 meses e que até fala um pouco de português (beeeeeeem pouco por sinal).


-Haaaa, então agora eu já sei pelo menos como você descobriu o Grêmio, vc mora em Porto Alegre quando vai pra lá, acertei?

-Não, eu fico em Fortaleza.

-Ham?? Ha, deve ser por causa das praias né? Mas você deve viver indo pra POA né?

-Nâo, na verdade eu nunca fui lá.

- :O:O. Mas... mas... e vc viu jogos do Grêmio aonde?

-Nâo, nunca vi nenhum jogo do Grêmio no estádio, só pela tv. O gremio é universal, eu não preciso ir ao estádio pra ser gremista. O Grêmio está em todo lugar.


akwuehakuwhekauwhe. Eu não sou gremista não mas adorei essa estória.




To be continued...


No Próximo post eu vou contar mais duas histórias sobre o resto dessa noite e termino a parte de Torino.




Ciao!!!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Capítulo 23 - Trapalhadas em Torino (2-4)

Saudações!!

Opa, o winamp (no randômico) acabou de botar Hallowed Be Thy Name pra tocar, isso é um bom sinal :).

E vamos logo que eu num vejo a hora terminar as histórias desse mochilão kekekeke (pelas minhas contas eu vou precisar de no mínimo mais 16 posts pra terminar... não sei se vocês vão aguentar não).

Eventualmente hoje eu estou com muita preguiça (ahaaaam, só hoje kekekeke), então o post vai ser curto, por outro lado, eu vou mostrar mais um videozinho tosco. (Acho que a série-Torino não vai acabar no próximo capítulo não... ha, mas o blog é meu mesmo, pouco importa quando vai acabar kekekeke).



(Viagem antiga - Novembro de 2008)


Dia 22-10 -> Multo Muto !!! Eco!!

A melhor coisa de quando se está no clima do mochilão é que quando se passa por coisas estranhas/aborrecedoras, você instantaneamente pensa em quão boa estória aquilo vai se tornar e nem liga mais. Capaz até de gostar que coisas estranhas aconteçam. E esta próxima segue piamente isso. Aconteceu no dia 22 (a noite) e eu não podia deixar de contar aqui. =)


O telefone toca bastante alto na casa do Fede, ele fala algum palavrão, apaga o cigarro (eu já disse aqui que ele fuma pra cacete?? Fuma o tempo todo, até comendo) com uma má vontade estampada na testa e atende frustrado. Era Elena ( ahá, a 3a italiana gente fina que faltava), a namorada do Fede. Eu já tinha conhecido ela no dia 21 a noite, gente fina d+++. Ela tinha marcado de ir pro cinema com o Fede e ele esqueceu kekekekekeke. Hilário!!!

Detalhes a parte, eu combinei com ele de ir pra praça que a gente tinha se encontrado no dia que eu cheguei, pra ficar andando e conhecer a vida noturna de lá (o lugar é bem massinha, tem um monte de pubs, lanchonetes, etc). E assim aconteceu. Cada um pro seu lado, estávamos eu, minha máquina fotográfica e meu inseparável mapa sozinhos aquela noite.
Depois de andar bastante pelo bairro, tirado várias fotos, decidi voltar pra praça onde eu tinha marcado com o Fede de nos encontrarmos à meia-noite pra ir pra casa. Mas como a gente tava na Itália, a noite não poderia ser tão calma e tranquila.

Abrindo um parêntese rápido, o povo da itália briga d++++++++++++++. Por qualquer coisa você leva um "Va fan culo!". Eles usam isso ao invés das balinhas 7 belo quando falta troco.

Retornando:
Vinha eu, solitário, cansado e feliz da vida, cantarolando alguma música italiana preguenta quando aconteceu um dos fatos mais surpreendentes da viagem.
Tomei o corredor externo da galeria que circunda a praça pra não tomar sereno (mentira kekekekek, mas é que fazia tempo que eu não ouvia/dizia essa palavra) e avistei de longe um grupo de pessoas (uns 8) de preto e cheio de correntes. Já dá pra imaginar o que eu pensei né?
Não obstante, dois dele começaram a correr na minha direção. Correndo mesmo, na velocidade máxima.

Quando ele tava a uns 20 metros de mim eu percebi que...


To be continued...

Ciao!!

domingo, 8 de março de 2009

Capítulo 22 - Trapalhadas em Torino (1-4)

Ciao a Tutti!!!


Pensamento do dia:

"Você sabe que já passou da hora de lavar roupa quando a única peça limpa que lhe resta no guarda-roupa é a sunga de banho."

Isso já aconteceu várias vezes... com um amigo meu. :P


Antes de começar a contar as besteiras de sempre, deixo aqui um parabéns gigantesco para todos os tartarugas elétricas (johans, soneca, dudúbio, puxina, luz clarita, pac-man, arthur, e thierry) que se formaram ou estão pra se formar esse ano. Vocês são foooooooooooooooooooodas! Só sabe o quanto é foda se formar em elétrica quem passa pelo que a gente passou dia após dia! =D


Ok, vamos ao besteirol. E como prometido, com os temas soltos.



Dia 21-10 -> HUUUUMMM!!!

Responda depressa!! Qual a primeira coisa que você pensa em fazer quando chega a qualquer parte da itália??

a) Aprender a soltão pião
b) Entrar na escola de artes marciais Matterazi
c) Comprar um caiaque verde-musgo-queimado
d) Comer da tão famosa pizza italiana

Pois é, logo que amanheceu o dia eu combinei com o Fede pra gente comer uma verdadeira pizza Italiana (já que eu sempre ouvi dizer que as de lá são um pouco diferente das nossas), não importava o lugar ou como fosse feita. Trato feito. Horas depois de passear pelas ruas e parques de Torino, a fome apertou de surpresa e a hora da pizza chegou, recebida pelo roncar dos nossos estômagos.
Estávamos a poucos minutos do centro, e pareceu ser um ótimo ponto de partida pra procurar o restaurante per noi mangiare.

Andamos pela rua principal (bem longa por sinal) e nada de restaurante que vendesse pizza. "Vai ver eles colocaram um rua especial só pra restaurantes de culinária local". Continuamos na busca, outra rua e nada. "Estranho". A próxima, idem. E assim foi na outra, e na outra, naquele outra também e... (tá, vocês já entenderam).

- Putz, não tem nenhum restaurante vendendo pizza aqui em Torino Fede?
- Pô, eu nunca comi pizza por essas bandas...
"Sem comentários".

(andando pelas ruas do centro de Torino em busca da pizza)

Até que a gente avistou, passando por uma das vielas encrustradas no centro, uma lanchonetezinha de vender kebab.

- Ha, ali deve ter sua pizza!!
- Num kebab??
- É. O restaurante não é italiano mas a pizza é igual a que eu como nos outros lugares.
- Ha, então vamos. "...uma verdadeira pizza Italiana, não importava o lugar ou como fosse feita".

Entramos no kebab e o Fede já foi mostrando o cardápio na parede. As opções obviamente estavam todas em italiano. Eu achei que fosse achar algum sabor de nome familiar mas não dei tanta sorte. Na segunda passada de olho consegui decifrar um favor que eu adoro, Sicilliana.

Pra quem não sabe, pizza é minha segunda comida preferida (empatada com strogonoff). Se a boca enxia de água normalmente, agora então, depois de tanto tempo sem comer um pizza com queijo se derretendo por cima não poderia ser diferente. Não foi um simples desejo daqueles que as grávidas sismam em ter em horas inoportunas, foi muito maior que isso. Parecia ser questão de honra, de sobrevivência. Era o meu destino comer uma pizza de todo jeito!!!



Pedido feito. Eu não conguia nem mais conversar com o Fede de tanta fome. Depois que eu lembrei da sicilliana da sapore, minha boca encheu de água, entrou no regime de enchente mesmo. Calamidade. "E essa pizza que num vem?"

Daqui a pouco, o cara vem com uma pizza. Nossos olhos segindo cada movimento da bandeja trazida pelo garçon. Felicidade indo de 10 a 100 a uma velocidade de deixar qualquer F1 espumando de inveja. O garçon só de sacanagem parece andar bem devagar e olhando pras outras mesas nessa hora, já reparou?. "Pelo amor de deus, só não deixe essa pizza cair no chão" (eu sempre penso essas coisas e morro de rir sozinho).
Pizza entregue e........ a pizza era do Fede ¬¬. Todo esse malabarismo com a bandeja, troca de olhares com outros cliente e sorrisos famintos jogados fora. Ha não, mas eu ainda quero a minha.
Daqui a 5 minutos, lá vem o garçon (que parecia uma mistura de Vinícius de Oliveira com o Donizete - não, ele não é cotó) com outra pizza. "Tem que ser a miiiinha! Tem que seeeer!!".
Pizza jogada sobre a mesa e ..."Han???"

- Ô garçon, acho que você errou a minha pizza. (na verdade, eu disse e o Fede traduziu)
- O senhor num pediu uma sicilliana não?
- Pedi... essa é a sicilliana??
- É sim. É que o champignons tão em falta.
- Ha... tá bom então. Mas eu achei que levasse bacon também.
- E leva, mas também tá em falta, assim como a salsa.
- :O. Nem a calabresa tinha mais?
- Também não é assim né? Tá achando que o restaurante é esculhambado? A calabresa tinha, mas é que o freezer tá com problema, congelou de um jeito tão forte a calabresa que ninguém conseguiu despregá-la da parede do freezer ainda, e olha que a gente passou o dia tentando.

¬¬²²²²²²

(Você só pode estar de brincadeira comigo né? Pizza de azeitona com alho?? ¬¬)

E foi assim que o meu sonho em comer uma pizza verdadeiramente italiana foi por água abaixo...

Agora vocês podem entender meu último comentário na foto da pizza que eu postei no orkut.



Dia 21-10 -> VRRRUUUUMMM!!!

Essa aconteceu logo após sair da bendita lanchonete. Atravessando as ruas estreitas de calçamento do centro pudemos ouvir. O rosnar ([ʀuʒ'nar] emitir um ruído surdo e ameaçador) da fera. Um barulho que eu nunca tinha ouvido antes. Muito maior. Muito mais forte.
De repente, a multidão corre pras calçadas e puxam suas armas, máquinas ultra-modernas, e disparam sem pena, como numa tentativa de espantar a fera. A vinha aí. Uma pantera negra lindíssima. Sua velocidade era de quem estava prestes a dar o bote, mas seu ruído não faria de certo nenhuma presa ser pega de surpresa. E nem devia, certamente fora feita pela natureza pra chamar atenção mesmo, e fez isso com tremendo charme.
Passou e deixou todos paralisados com sua beleza. Quando nos demos conta, não havia mas nem sinal da fera. Foi-se antes que eu pudesse fotografá-la, como se não se importasse com seus 15 minutos de fama eternos.



(ver e ouvir uma Ferrari de perto não tem preço - e foi assim que me apaixonei pela Ferrari preta)



To be continued...

Pronto... post novo agora só quando minha irmã reclamar de novo....



Ciao

terça-feira, 3 de março de 2009

Capítulo 21 - Surfing

Bem amiiiiiiigos da rede globo, falamos aqui diretamente de glasgow onde daqui a pouco... (acreditem em mim, dá saudades de escutar isso)


Primeiro de tudo, eu devo dizer que fiquei bastante agraciado pelo número de comentários do último post. Não que tenha sido um recorde, mas foi muito mais do que eu esperava, principalmente para um post que não recebeu nenhum marketing. Parece até que vocês tão gostando da estória do mochilão ;P.

Sábado eu fui à Edinburgo pra assistir uma partida de rugby valendo pelo campeonato das Seis Nações (Escócia x Itália). Foi bem melhor que eu imaginava, mas o jogo não é tão entusiasmante quanto futebol (vai ver porque eu não entendi lá muita coisa). Mesmo assim, valeu bastante a pena conhecer.

E sabe quem me ligou nessa última quarta que passou? quem? quem? quem?? Ele meeeesmo, a lenda viva, (ligar sutaque italino no modo Cid Moreira) Matteo Ferretti (desligar sutaque). Jájá ele aparece na história de hoje.

Haa, e antes que eu me esqueça, eu sei que Torino é em italiano, o que eu quis dizer é que eu vou citar as cidades pela forma que eu usei na viagem.

Vamos continuar então com a saga deste mochileiro solitário que vos escreve...



Dia 20-10 -> E você dorme aqui.


"Celular abençoaaaado!!! Ainda bem que eu botei bastante crédito nele antes de começar a viagem". O coitado do meu celular é beeeem simples, um primo bem distante dos celulares de hoje em dia, mas ajudou bastante na viagem, principalmente nesse primeiro dia. Isso porque o Fede (meu host do CouchSurfing) me mandou várias mensagens durante o dia, inclusive uma dizendo que não poderia mais me buscar no aeroporto nem na estação de trem "perto" da casa dele ¬¬. "Meu deeeus, o que me falta acontecer ainda nesse dia??" (ainda bem que eu só pensei, dá um azar desgraçado falar isso).

Enquanto as coisas do post passado aconteciam, eu mantinha contato com o Fede via mensagens pra saber como chegar no local de encontro (combinado pra ser no meio da cidade - numa praça rodeada por galerias bem legais).

Enquanto isso, eu peguei o mesmo trem do famoso Matteo Ferretti. Essa viagem de trem foi bem intimidante porque todo mundo do trem olhava pra gente, com feições muito assustadas, como se não fosse normal ver gente falando inglês (depois eu descobri o porquê). A gente sentou numa poltrona que ficava de frente pra outra, onde estavam sentados um senhor (com aparência de apreciador de vinho - não me pergunte como eu cheguei a essa conclusão) e uma mulher de seus 30 e poucos anos. Na hora que eu sentei na poltrona pra descansar um pouco do fardo que é carregar a bendita mochila, o senhor olha pra mim e solta um "bucado" de palavras obscuras, um emaranhado sonoro tão estranho, tão ligado que pra mim aparentou ser uma palavra só, 30... 27 segundos direto sem precisar recuperar o fôlego. Impressionante.
Eu já tava levando as coisas tão na maciota que só fiz sorrir. Mas as coisas não dariam errado dessa vez, não dessa vez, pois agora eu estava com o São Matteo, o protetor dos mochileiros azarados (eu acho que ele é da mesma liga da justiça que o Super Blue - ha, você não se lembra do SB? Então clique aqui). Ele traduziu o que o senhor me disse:
- Ele disse que você pode colocar a mochila ali no bagageiro.
"Nossa, e eu fazendo mal juízo do bondoso italiano ó". Cá pra nós, eu já tinha tido razões suficientes pra estar escaldado naquele dia né? A propósito, o senhor era muito gente boa, tentou conversar comigo mesmo vendo que eu não entendia nada kekekeke. Taí, ele foi um dos únicos italianos gente finas que eu conheci (fazendo um cálculo rápido, acho que foram 3 ao todo, ele, Matteo e Elena - quem é ela?? Ninguém por enquanto ;P).

(clique para ampliar)
(os italianos não são unânimes quanto ao potencial turístico de Torino, mas até que a cidade é bonita né?)
(campina também devia ter alpes suíços ao fundo)

Conversando despretenciosamente com o Matteo dentro do trem, o que eu descubro?? Hein? Hein?? Hein??? Vocês num acreditam!!! (Déjà vu agora...)

Pra começo de estória, ele já me deixou muito mais tranquilo (entretanto com um pé atrás) quando disse que estava indo para a mesma estação que eu deveria descer, e que depois iria pegar o mesmo ônibus que eu. "Lá vem... vou ter que fugir de mais um maluco..." kekekekek, na verdade não foi bem assim não kekeke, ele disse primeiro onde ele tava indo e só depois eu disse que estavamos indo coincidentemente indo na mesma direção. Isso facilitou muuuuuuito a minha vida - imagine o que é chegar num país desconhecido, sem falar a língua, onde ninguém fala nem inglês, já de noite e ainda ter que pegar um trem e um ônibus tendo que acertar de prima, correndo o risco do host não ter paciência de te esperar e ir pra casa comer macarrão - e com o meu inseparável encosto de 1 tonelada).

Isso já teria sido coincidência suficiente pra fazê-lo presente nos altos da viagem, mas quando eu já estava me recuperando do primeiro golpe, ele desferiu (coisa de jornalista da caturité) o golpe especial dele e me nocautiou de vez. Vocês acreditam que ele tinha acabado de chegar de Glasgow onde está fazendo residência em um dos hospitais daqui?? "P$#& que pariu dooooido!!!"
Como danado eu fui achar esse cara aqui??? Calma que tem mais. O hospital é do outro lado da cidade mas ele mora aqui no centro como eu, logo ali. Sem condições. Dessa vez o azar teve piedade de mim e deixou eu viver alguns minutos como uma pessoa normal. Pra vocês terem idéia, ele mora/estuda em Roma, tava lá só pra rever a família. Bendita seja essa família.

PS: Ele me disse que queria participar de um dos encontros internacionais da minha univ. pra conhecer mais conterrâneos dele aqui em glasgow, e foi por isso que ele me ligou.

Saímos da estação, andamos uns 15 minutos, pegamos um ônibus (o ônibus lá não tem catraca, você entra por uma das 3 portas dele e basta achar uma cadeira que lhe apetreça - fica subentendido que você comprou o ticket em uma das máquinas espalhadas pela cidade - mais um dos exemplos de coisas que DARIAM CERTO NO BRASIL ;) ). Depois de muita conversa e "passear" pela cidade, me despedimos e desci do ônibus na praça onde eu encontraria o Fede. Sua última mensagem dizia Homem de Casaco Vermelho. Não foi muito difícil de achar, mas foi um baita choque kekekekeke. Tinha um cara no ponto de ônibus anterior ao que eu desci de casaco vermelho, esparramado no banco, com uma cerveja na mão, um cigarro na boca, barbudo, todo suado e despenteado. "Ram... só falta ser esse bicho viu...".
- Opa, você é o Diego?
"Será que ainda dá tempo de correr ou será que ele já me viu???"
- Você é o Fede?
- Isso mesmo. (pausa pra uma tragada felomenau). Vamos ali pra praça um pedaço...
- Bora. "Essa bolsa nem tá tão pesada assim ¬¬".

Mas até que foi uma boa procedência, pois deu uma amenizada considerável no medo que envolve o processo de receber e ser hóspede e um estranho kekeke. Passamos um tempão conversando nessa praça e finalmente fomos lá pra casa dele.

(clique para ampliar)
(fotos da praça - uma foto é a visão à 180 graus da outra)

Ele mora num prédio meio antigo, cuja porta do elevador se fechava rodando uma manivela (kekekekeke e eu não estou brincando). Ele vivia no apartamento que era do avô dele, e o resto da família vivia 4 andares acima, onde fomos jantar.
Massa d++++, a família dele parece mais encantada com viajantes que o próprio Fede. Me deram um monte de comida gostosa e eu pude experimentar um dos pães mais gostosos que eu comi na vida. O verdadeiro jantar de uma família italiana!! Bem melhor que ficar em albergues. O cardápio em si é diferente do nosso, mas é tão gostoso quanto.
Satisfeito, conversamos bastante noite adentro e enfim fui apresentado aos meus aposentos temporários. Desabei.

PS2: eu nunca vou me acostumar com banhos de chuveirinho... pq eles não pregam essa desgraça na parede?


E assim, 3 posts depois, termina apenas o PRIMEIRO dia do meu mochilão. Esse dia precisava ser detalhado porque muita coisa aconteceu, mas nos outros posts eu vou procurar contar histórias isoladas que foram acontecendo pelas cidades. Tem coisa d++++ ainda pra contar.


To be continued...



haaaaa, antes que a paulinha me bata, ninguém acertou a nacionalidade do novo flatmate. O nome dele é Daniel e ele é mais um Checo.

Ciao

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Capítulo 20 - Ecco maledetto!

(ligar sutaque italiano) Cosa Succede Gente !!! (desligar sutaque)


Ninguém nunca responde quando eu pergunto se tá tudo bem com vocês kekekeke. Será que ninguém pergunta isso nos outros blogs?? Eu vou começar a prestar atenção...

Antes de falar do mochilão, vocês acreditam que eu fui numa festa das meninas de HongKong e descobri que elas comem pão-de-queijo lá? :O:O:O Inacreditável.... sim, é igual ao do Brasil, eu provei.

Voltamos agora com a programação normal...


Dia 20-10 -> Estação Fantasma.


O senhor italiano da imigração com um bigodão pediu meu passaporte. Olhou ... olhou pra mim... conferiu o passaporte novamente, folheou pra cá, pra lá, viu o visto britânico, fez um suspense, me matou do coração, acenou com a cabeça e BUM!! Deu uma carimbada felomenau com um carimbo gigante que ele tinha lá. "Agoooora sim, vamos ver o que a Itália tem de massa :)".

Fui logo pedir informação pra ver onde eu trocava o faz-me-rir de libra pra euro e umas informações de como chegar na casa do meu host.

PS: Pra quem não leu os outros posts, eu fiz uso de um serviço chamado CouchSurfing para obter acomodação (de graça ainda mais, uhuuuu muleque!!! o/), e eu estava prestes a encontrar com o meu primeiro anfitrião (Federico - esse aí de baixo).

(eu e Fede - clique para ampliar)

O aeroporto de Torino (eu nem sei mais se esse é o nome em português, italino ou fruto da minha imaginação, mas daqui pra frente eu vou escrever os nomes conforme eu me lembre ter usado) era bem pequeno e consegui achar o caixa dos bilhetes do metrô facilmente. Muito mais facilmente que comprar o maledetto do bilhete.
- Você fala inglês? (falando em inglês)
- Não.
- Francês (em francês)
- Não.
- Português? kekekeke (já deu tudo errado durante o dia mesmo, vamos avacalhar de vez)
-Não, mas eu entendo espanhol.
"Aeeee, tô salvo!!!"
- (ligar sutaque portunhol) Muito Bom!!! Quanto é um ticket de metrô pra Torino Dora?
- (ligar sutaque italino) Sim, aqui é Torino.
- (ligar modo sarcástico) Rééé, digaí!! (ligar sutaque portunhol e fala vagarosa) Éhh... eu quero uma passagem de metrô para a estação Torino Dora.
- (ligar sutaque italino estressado) Desculpe, eu não estou entendendo nada, não entendo muito espanhol.
"Então agoooora o negócio ficou bom de vez!!"
E a conversa se estendeu por uma eternidade (uns 2 minutos) e eu consegui comprar o ticket graças a habilidades gestuais e textuais.
Ele me mostrou onde eu pegava o trem e fui direto pra lá (a fome tava apertando, eu num aguentava mais carregar a mochila e eu tava morto de cansado - o dia não tava sendo um dos mais fáceis). Segundo o caixa, era só atravessar o estacionamento do aeroporto (tratava-se daqueles estacionamento de vários andares) e eu estaria na estação já (isso pelo menos foi o que eu ACHO que ele disse).
Entrei na suposta porta da estação e.... tudo fechado, nenhuma alma penada, nem mendigo tinha. "Que danado de lugar é esse??? Será que eu entrei no canto certo?". O lugar era muito estranho. Não tinha placa de nada que fizesse referência à embarque/desembarque de trens nem qualquer uma das facilidades encontradas neste tipo de estabelecimento. Tava bem escuro lá dentro, um silêncio bem sinistro e eu com aquele peso terrível nas costas. Peguei o corredor largo que tinha entre os guichês (só deus sabe se eram guichês) e fui na esperança de ter pego o caminho certo... passei na frente de uma escadaria longa e suja que aparentemente não dava em lugar algum e segui caminho. Me deparei logo com o fim do corredor. "Putz... eu devo ter entrado no lugar errado mesmo, melhor perguntar a alguém lá fora".
Fui fazendo o caminho inverso e quando eu já estava a 3 metros da entrada, me aparecem dois sujeitos de toca, casacos pretos e com a gola dos casacos pra cima protegendo metade da cara.
- Ei você aí!!! Tá fazendo o que aqui????
"Pronto... dessa vez eu não escapo, FUDEEEEEEU!!!!"
- Vocês sabem onde é a estação?
- Ha, vocês tá procurando ela é? É essa aqui mesmo. Deixa que eu te levo onde pega o trem.
- Não, precisa não, eu vou ali no...
- VAMOS!!!! Me segue! >/


(finge que a figura não está rindo)

Cara, eu juro que eu comecei a suar frio na hora... "pronto, este é o fim de uma curta vida". Imagine a cena: um lugar bem macabro, silencioso, eu sozinho com dois caras mal encarados e sem a menor esperança de que fosse a estação. Eu juro que eu comecei a procurar um corredor, uma porta aberta ou sinal de gente pra sair correndo. A vida começou a passar diante dos meu olhos enquanto nós três subíamos as escadas sujas e longas. Voltar? Do jeito que eu estava me tremendo, nem ficar parado eu ia conseguir, nem se quisesse kekekekeke.
Daí foi só subir as escadas que nos deparamos com os trilhos. E para o meu profundo alívio, tinha gente o/o/o/!!! E foi uma dessas pessoas que me proporcionou a maior das maiores coincidências de toda a viagem.

Um dos dois caras que me trouxeram até a plataforma me perguntou pra onde eu ia e eu mostrei o bilhete. Ele tentou me falar qual o número do trem (pois é, eu descobri que eu ia pegar um trens ao invés do metrô) mas não sabia como falar em inglês, aí perguntou se alguém sabia como me explicar (era o número 12 por sinal) e eis que surge o causador do fato mais WhatTheFuckMan?? da viagem (pelo menos até aqui), Matteo Ferretti. Ele surge com a resposta, me salva de pegar o trem errado e eu arrumo alguém que sabe inglês pra tirar minhas dúvidas de como chegar na casa do Fede.
Conversa vem, conversa vai, e sabe o que eu descubro?? Hein? Hein?? Hein??? Vocês num acreditam!!! E num é que o cara...


To be continued...

Falando em cara, o novo FLATMATE chegou!!!! Antes tarde do que nunca.
Próximo post eu falo se alguém acertou a nacionalidade dele.

Ciao!!!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Capítulo 19 - Indo para Torino

High Five!! o/


Como é que vão vocês? Esses últimos dias têm sido meio estranhos... muitas transições e transformações pelo campus e nas atividades curriculares. Aos poucos a gente vai entrando na rotina novamente.

Janeiro foi um mês totalmente atípico, comecei o mês em Paris (nunca achei que fosse dizer isso um dia), tive um final de período 80 vezes mais fácil que o normal e ainda tive o prazer de receber 3 pessoas, Osman, Ju e Paulinha. Brigadão pelas conversas, risadas e pela força que me deram :D.

Sem enrolar muito, vou tentar continuar a história do mochilão de onde parei no capítulo 17 .



Dia 20-10 -> Chegada em Torino.



Após a maratona inicial, estava eu agora me deleitando da poltrona do avião (apesar de não reclinar nada além de uns 8 graus). Achava eu que a escolha das poltronas ao lado da saída de emergência (por causa do maior espaço para as pernas) tinha sido uma escolha esperta... que belo engano. Mal eu acho uma posição confortável na cadeira e me aparece a aeromoça.
-Meu senhor, já que escolheu a poltrona de emergência, toda a tripulação e passageiros contam com a sua ajuda em caso de necessidade.
-Opa, tudo bem :).
-Então você não pode ficar com o seu casaco nem essa garrafa de água, me dê aqui por gentileza.
-... ¬¬¬¬¬¬ Ai ai aaaai...

Ainda bem que eles não capricham no ar-condicionado, o frio está sobre controle, mas a sede começou a atacar. O tempo passa e nada de serviço de bordo. Haja conversar com o italiano do meu lado e nada. Eis que de repente, passa um comissário de bordo com o carrinho bem rápido pelo corredor do avião.
"Opaaa... agooora sim!!! Vamos ver o que eles oferecem pra comer :D. Pior que o da GOL não pode ser".
Daqui a pouco o comissário passa de novo com o carrinho vazio. Mais 5 minutos e mais uma passada. Aí eu comecei a me perguntar porque isso sempre acontece... os caras passam umas 10 vezes com o carrinho vazio pra depois passar com a comida. Porque eles já não guardam a comida nele direto? Vai saber... eu acho que eles apostam corrida de atravessar o avião com o carrinho, e quem fizer no maior tempo, serve a galera.

(sobrevoando os alpes suíços)

Mas lá estava eu, morrendo de sede enquanto a gincana dos comissários não sessava, até que os perdedores começaram a servir. Chegou a minha vez e eu apontei logo pro suco de laranja que eu vi. A mulher chega colocou com gosto. Pedi um sandwiche também e fui prontamente servido.
Antes de dar a primeira mordida eu vi que a aeromoça estava me encarando com olhar de pidona... "quer ver... tem merda aí na parada...".
-Sorry?
-São 4,50 libras no total senhor.
-Co-Como é a históóóória homi???????????????
-4,50, numseiquanto pelo sand. e numseiquelá pelo suco.
-:O. Haaa, eu num quero mas o sandwiche não, e esse suco tá muito gelado, tô com a garganta inflamada...
-Desculpe senhor, eu posso colocar um natural então.
-Não precisa, passou a vontade.

Puuuutz, cadê a disgraça da minha garrafa de água agora???
E foi assim que eu descobri o porquê da ryanair ser tão barata.

Tem esse vídeo que faz uma sátira a ela, vale a pena ver (se você souber inglês):



Lá fui eu procurar algo pra beber na minha mochila...
-Por favor senhor, não posso permitir que o senhor tenha nada enquanto esteja sentado nessa poltrona.
"Saída de emergência nunca mais >/!!!"

O voo terminou, e pronto, estava em solo italiano. TORINO!!!! Até que enfim!!!!

To be continued...

Mudando de assunto, eu tinha que postar essa imagem (clique nela para ampliar):

domingo, 25 de janeiro de 2009

Capítulo 18 - Meanwhile, Farewell for... ever!!

Oi!!


Já vou começar o post de hoje com o vídeo da viagem (a mil anos atrás) pra Londres antes que eu me esqueça de novo:



As coisas essa semana por aqui foram bem tristes. Os alunos internacionais (90% das pessoas que moram aqui no campus) vêem à Glasgow por programas de duas diferentes durações, 1 semestre ou 2 semestres. Uma boa parte deles veio para ficar apenas 1 semestre e ontem foi o último dia deles aqui. Dito isso, você já podem imaginar como o clima se saudade tomou conta da semana né? Em todo lugar se via anúncios de "Última festa com as mexicanas", "Última partida de squash entre o armênio X e o croata Y", ou ainda a mais triste de todas, a última reunião internacional do 1o semestre (que eu faltei por causa de uma prova ¬¬ boooosta).
Enfim, perdi muita gente que eu gostava daqui, muita gente que eu não gostava também (incluindo o francês que morava comigo uhuuu o/o/) e o campus hoje ainda está numa ressaca meio saudosista.

(Alguns dos amigos que se foram - clique para ampliar)

Amanhã o segundo semestre já começa, novas pessoas chegarão (inclusive o nosso novo flatmate - se forem comentar esse post, deixem aí a nacionalidade que vocês acham que o cara terá e lá pra terça eu digo se alguém acertou - eu acho que vai ser chinês), novas disciplinas, meu estágio (que pelo jeito vai ser na universidade mesmo :/) e novas viagens. Vamos ver o que acontece já no primeiro encontro dos internacionais do semestre (quarta-feira). Será que eu vou deixar de ser o único brasileiro na universidade??


Eu vou deixar pra continuar a viagem no próximo post.

Haa, e se alguém viu o vídeo e ficou com Hey Jude na cabeça, toca aqui o/.

Vlw!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Capítulo 17 - Momento Prestwick

Eae Galera!!


Nunca imaginei que gostaria tanto de retornar à Glasgow, mas eis que fui arrebatado por essa vontade de voltar logo pra minha casinha. Pois é, descobri que adoro essa cidade e a tenho visto ainda mais bela que antes.

Haa, o mochilão foi fooooooda!! Sou totalmente fã de mochilões agora, o destino pouco importa. Nada mais é necessário além de uma mochila, uma máquina fotográfica, uns trocados e um espírito mochileiro que fale bem alto.

Cá estou eu de volta à rotina e cheio de coisas pra contar sobre a viagem, então vamos parar de embromação e vamos logo ao que interessa. Vou contando aos poucos o que foi acontecendo dia após dia, ou se o dia tiver sido bem cheio, eu vejo como dá pra dividir. Comecemos então pelo começo.

Dia 20-10 -> O começo do mochilão.

Até antes de me deitar do dia 19 pro dia 20 tudo parecia normal, mas tudo mudou quando as luzes se apagaram. A ansiedade veio substituir a luz com competência assustadora e muita coisa começou a passar pela minha cabeça - acho que nada inesperado.
De repente, o despertador alarma pra avisar que o dia 20 já chegou, e a correria tomou conta. "Caaaaalma Diego, ainda são 09h e o vôo (ainda é vôo mesmo e pronto - a nova norma da gramática ainda não chegou aqui na Escócia) está marcado para 13:50h!!".
- Beleza, vamos dormir mais um pouquinho (quem nunca fez isso que levante a mão - e sim, eu falo sozinho).

Lá pras 09h eu já estou pronto e terminando o café, tudo corre como previsto e com tempo de sobra. Eis que às 10:30, eu já estou a caminho da estação de ônibus daqui (Buchanan Bus Station), onde tudo vai começar. De cara eu já vejo o Flyer, o ônibus que leva pro Aeroporto Internacional de Glasgow (lembrem bem desse nome), parado numa das primeiras plataformas, praticamente esperando por mim. Eu pergunto se o ônibus está indo mesmo pro aeroporto internacional e ele confirma. "Lá vamos nós... viagem maluca da peula... sozinho, indo pra uns países que falam idiomas que eu não sei nada e ainda pra ficar em casa de desconhecidos... mas podia ser pior... de algum jeito que eu não sei".

30 min depois ele chega ao Aeroporto Internacional de Glasgow (já era umas 11:10h), e eu fui direto procurar pelo guichê da minha querida Ryanair. Dei a primeira passada pelo saguão das companhias aéreas e nada de ver o da Ryanair. Passei pela segunda vez e nada. Num teve outro jeito, fui lá na mulher das informações (vocês num imaginam como eu precisei dessas mulheres das informações turísticas durante a viagem).
- Ô minha senhora, por um acaso você sabe onde fica o guichê da ryanair aqui no aeroporto?
Enquanto ela mexia nuns papéis lá e ignorava completamente a minha pergunta, soltou um:
- Aqui num tem guichê da ryanair não.
- Como não minha senhora, aqui num é o Aeroporto Internacional de Glasgow?
E ela com uma cara de sarcasmo: - É sim, mas o aeroporto de Ryanair é o
Glasgow Prestwick Airport!!!
- Como é a estória??????? :O
- Sim, deixe me ver sua passagem!! É isso mesmo, você tem que ir pro Prestwick.
- E onde eu pego o ônibus que vai pra lá?
- Não tem ônibus pra lá não. Pegue um ônibus pra cidade e depois um pra lá.
- E quanto tempo isso leva mais ou menos?
- 30 min pra chegar na cidade e mais 1:20h pra chegar no aeroporto.
"Fudeeeeeeeeeeeu!!!!" Com o F maiusculo e na fonte 72.

PS: Eu fui procurar depois de ter chegado de viagem onde fica esse aeroporto e fiquei totalmente besta como é longe. É toalmente fora de Glasgow, dá uma olhada na distância de um aeroporto pro outro.

Indo de carro direto pra lá seria assim:


Voltando...
Já era umas 11:30h e o vôo saia às 13:50h. Eu tinha 2:20h pra estar lá e o tempo que eu ia levar pra chegar lá (considerando um sistema ideal - sem ter que esperar nada nas paradas de ônibus) seria 1:50h. Só que eu ainda ia ter que fazer o check-in e passar pela imigração, uma vez que a viagem era pra Itália. Pronto, tudo mudou completamente. Enquanto eu saía correndo do aeroporto pra encontrar o ônibus pra ir de volta pra cidade, eu já comecei a pensar na multa que seria pra mudar o horário da passagem (com certeza seria muitas vezes mais cara que a passagem original). Pra quem não sabe, a ryanair oferece tarifas muito malucas. Essas passagens por exemplo foram de graça. Eu só paguei as taxas de embarque, que no total, deram uns 100R$. Poxa, com 100R$ você num viaja nada de avião no Brasil. Bom, voltando...

O ônibus que eu tinha pego pra vir ainda estava lá, e eu fui direto nele. Já entrei perguntando desesperado se ele sabia de algum outro ônibus que eu poderia pegar pra chegar no Prestwick correndo. Como já era de se esperar (pelo meu incrível histórico de azar), ele não sabia. Mas eis que surgiu o herói da história, o cara que salvou toda a minha viagem. Como eu não sei o nome dele, vou chamar de Super Blue (porque ele vestia um macacão azul).

O SB era o cara responsável por marcar o horário e o dinheiro arrecadado pelo ônibus que chegavam lá, exatamente igual ao que acontece nos ônibus da Cabral em Campina Grande. Enquanto eu (já me tremendo todo) perguntava ao motorista sobre uma possível salvação, ele escutava do lado e foi puxando logo um papelzinho do bolso de trás.
- Você quer ir pro Prestwick né? Vamos ver aqui na tabela dos horários de todos os ônibus e trens... Depois de várias indas e vindas, várias perguntas e respostas entre ele e o motorista, chegamos ao trajeto perfeito.
- Pegue esse ônibus aqui mesmo, desça na parada 1839, depois dobre a rua, ande 150 metros, entre na estação de trem no outro lado da avenida, e pegue o trem certo. Ele deve sair às 13h e chegar lá às 13:40.
- Beleza, valeu!!

O ônibus saiu tranquilamente enquanto o tempo corria e eu me aguniava. Vocês não imaginam quantas vezes eu olhei pro relógio durante esse percurso de ônibus. Eu lembro de ter olhado 3 vezes durante o mesmo minuto kewkewkekwe. E o pior, eu ia desce num canto da cidade que nunca tinha ido e que eu nem sabia como era (como eu soube a hora de descer? o motorista gritou pra eu descer) e ainda tinha que achar a ferroviária. Como diria a sabedoria popular: "O que é um peido pra quem já está cagado?". Agora já era.

O motorista gritou lá na frente do ônibus e eu saí correndo com aquela mochila gigante (quando eu pesei, descobri que tinha 19kg - culpa das roupas de frio).
Achei a ferroviária. "Aeeee! Agora só falta comp..." e me deparo com uma fila gigante.
Bom, a fila não era gigante não, mas pra quem tá com pressa, 8 pessoas na frente já é uma fila de se perder de vista. E é claaaaro que todas as integrantes do sindicato das Velhinhas por um Mundo Sem Pressa estavam na minha fila. Cara, eu juro que já tava pensando em pedir arrêgo. 10 min se passaram e minha vez enfim chegou. Joguei as moedas na quantidade que o visor verde pedia, arranquei os tickets da mão do gordão (ele era a mistura de Jô com Enéias) e fui correndo subindo as escadas que ele me indicou. Chegando lá, o canto mais limpo (como diria um amigo meu de C. G.). Nada de trem. 8 minutos atrasado indicava o telão. "Essa bosta!!! Eu num queria ir mesmo pra Iitália".

8 minutos depois, o trêm Britânico de espírito brasuca chegou e todos da plataforma embarcaram muito rapidamente (acho que eu não era o único atrasado - eram umas 13:10h quando ele saiu da estação). "The dream is over" era a única informação presente na minha mente naquele momento.

13:20h...13:30h...13:40h e naaaaada. Bendita hora em que o trem anunciou:
- Dim Dum! Próxima Parada: Aeroporto Prestwick Glasgow!!

Rapaz, o que foi de mala sendo tirada dos maleiros com ignorância, de gente se levantando aperriado e gente se acordando não foi brincadeira. O trem parou, as portas se abriram e o aeroporto se tornou uma linha de chegada numa corrida de 100 metros. O que foi de gente atropelando outros não tá escrito (já era 13:47h).

Saindo da estação em direção ao aeroporto nós temos que passar por um corredor bem longo, daqueles encapertados e com as paredes de vidro (coisa de aeroporto mesmo). O que geralmente se cruzava em 4 minutos foi crusado em 40 segundos e olhe lá. O primeiro guichê visto (e depois que a ficha caiu, descobri que era o único em todo o aeroporto) era o da Ryanair. A mulher viu como se mostra a passagem, o passaporte, bota a bolsa pra pesar, coloca a fita de segurança nos zíperes e checa tudo no melhor jeito Se Vira nos 30 de se fazer.

Tudo pronto com a bagagem (já era 13:58h). Lá fui eu correndo pra sala de embarque bem atrasado rezando por um milagre. Abri a porta, e me deparei com um trilhão de pessoas. Totalmente suado e cansado, acenei pro primeiro cara de crachá que passou e perguntei sobre o vôo para Torino (esperando o pior). E aí com a maior cara de papaimedeuumcartuchonovoprosupernintendo ele me explica que o meu vôo ainda não saiu, e sequer foi avisado sua plataforma.
"Puta que pariiiiiiiiu hein??" pensei eu. "Eu passo esse tempo todo sofrendo do coração, correndo com uma tonelada nas costas pra você me dar uma notícia dessas?". Mas eu gostei tanto da notícia que eu deixei pra lá. Putz, a sala de embarque era uma bagunça. Tinha passageiros de 4 vôos: Torino, Stockholm, Dublim e outro que eu não lembro, num lugar meio que apertado.

Daqui a pouco eles anunciam plataforma por plataforma e as filas começam a andar.



E foi assim que minha viagem começou. Como eu sei que ninguém vai ter paciência pra ler isso tudo, eu vou ser menos exigente nos comentários que virão kekekeke.

A viagem apenas começou a ser contada, muita coisa ainda vem por aí.

Vlw